segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Os Males que vem com o Sangue

No texto “Os males que vêm com o sangue” o autor procura sintetizar a política de imigração patrocinada pelo Estado Brasileiro e sua sociedade, em meados do século XIX até a Década de 20, do Século XX, que visava introduzir o aumento das populações brancas dentro da composição da “raça brasileira”, e como conseqüência ampliar a sua capacidade produtiva, sem que permitisse gerar conflito – “ódio racial”

A política de branqueamento da raça brasileira, patrocinada pelo Itamaraty dirigia-se aos europeus e, em menor escala, aos americanos com o objetivo de propiciar e incentivar a imigração de brancos. Esse incentivo foi divulgado por meio de livros, palestras e exposições, onde mostravam o Brasil como uma “terra de oportunidades”, sem conflito raciais e sociais.

A intenção de “melhorar” o sangue da população brasileira, com o aumento da imigração européia, tinha objetivos econômicos, pois atribuía-se o atraso econômico e social a nossa miscegenação. Os formuladores da política de imigração defendia a tese de que era necessário viabilizar a imigração de “branco, camponês, resignado ...” originários da países tidos como “civilizados e com grande experiência de trabalho livre”.

Para implantar essa política, os autores da “teoria do branqueamento” procuravam definir os critérios para identificar os imigrantes “desejáveis e os não desejáveis”, assim como os mecanismos que foram utilizados para sua efetivação.

Os desejáveis eram europeus brancos, camponeses, pacientes, com grandes experiências em trabalhos livres e que pudessem operar por meio de intensa interação sexual e cultural “a regeneração da raça, produzindo-se um povo homogêneo” – “o tipo racial brasileiro”.

Os indesejáveis eram os negros, especialmente os Afro-americanos pela sua grande consciência e pelo que poderiam representar o seu “ódio racial”, contaminando os negros brasileiros; os amarelo, neste caso os japoneses pela sua inassimilável cultura. Em ambos os casos afetaria a teoria do branqueamento.

Outro ponto importante abordado pelo autor foi a participação ativa de governantes, de setores do parlamento e da sociedade civil no debate, definição e implantação da política de imigração daquele período.



O subdesenvolvimento latino-americano tornou-se pauta de discussões na década de 50. As proposta que surgiram naquele momento tinham como pano de fundo o quadro de miséria e desigualdade social que precisava ser alterado.

A Cepal (Comissão econômica para a América Latina, criada nessa decada) acreditava que o aprofundamento industrial e algumas reformas sociais criariam condições econômicas para acabar com o subdesenvolvimento.

Acreditava também que o aprofundamento da industrialização inverteria o quadro de pobreza da população. Uma de suas metas era criar meios de inserir esse contingente populacional no mercado consumidor. Contrapunha o desenvolvimento ao subdesenvolvimento e imaginava romper com este último por maio de industrialização e reformas sociais. Mas não foi isso o que realmente aconteceu, pois houve um predomínio de grandes grupos econômicos, um tipo de produção voltado para o atendimento de uma estrita faixa da população e o uso de máquinas que economizavam mão-de-obra.

De fato, o Brasil conseguiu um maior grau de industrialização, mas o subdesenvolvimento não acabou, pois esse processo gerou uma acumulação das riquezas nas mãos da minoria, o que não resolveu os problemas sociais, e muito menos acabou com a pobreza.

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