São associações de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si. O primeiro bloco surge na Europa em 1957, com a criação da Comunidade Econômica Européia (CEE), atual União Européia (UE). Mas a tendência de regionalização da economia só se fortalece nos anos 90, com o fim da Guerra Fria. Na América se destacam o Nafta, o Mercosul e, em menor grau, o Pacto Andino e o Caricom; na Europa, a e a Comunidade dos Estados Independentes (CEI); na África há o SADC; e na Ásia, o Asean.
Também está em fase de implantação o bloco transcontinental Apec, que reúne países da América e da Ásia, e continuam as negociações para a formação de um bloco abrangendo toda a América, o Alca. Tipos de blocos – Os blocos econômicos classificam-se em zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. Na zona de livre comércio, há a redução ou a eliminação das taxas alfandegárias que incidem sobre a troca de mercadorias dentro do bloco. A união aduaneira, além de abrir mercados internos, regulamenta o comércio dos países-membros com nações externas ao bloco. Já o mercado comum garante a livre circulação de pessoas, serviços e capitais
União Européia Originada da Comunidade Econômica Européia (CEE), a UE é o segundo maior bloco econômico do mundo em termos de PIB: 8,3 trilhões de dólares. Formado por 15 países da Europa Ocidental, conta com população de 375,2 milhões. Em 1992 é consolidado o Mercado Comum Europeu, com a eliminação das barreiras alfandegárias entre os países-membros. Aprovado em 1991, em Maastricht (Holanda), o Tratado da União Européia entra em vigor em 1993. É composto de dois outros - o da União Política e o da União Monetária e Econômica, que estabelece a criação de uma moeda única. Há cinco pré-requisitos para que os países sejam admitidos na União Monetária e Econômica: déficit público máximo de 3% do PIB; inflação baixa e controlada; dívida pública de no máximo 60% do PIB; moeda estável, dentro da banda de flutuação do Mecanismo Europeu de Câmbio; e taxa de juro de longo prazo controlada.
No âmbito social são definidos quatro direitos básicos dos cidadãos da UE: livre circulação, assistência previdenciária, igualdade entre homens e mulheres e melhores condições de trabalho. Em 15 de março de 1999, todos os 20 integrantes da Comissão Européia - órgão executivo da UE - renunciam, depois que vários deles são acusados, pelo Parlamento Europeu, de irregularidades e apadrinhamento. Em maio, o Parlamento aprova a nomeação do ex-primeiro-ministro italiano Romano Prodi para a presidência da Comissão. Em junho, os partidos de centro-direita obtêm a maioria nas eleições para o Parlamento Europeu. No mesmo mês, a UE chega a um acordo para lançar, em 1.o de julho de 2001, as negociações sobre livre comércio com o Mercosul. A cúpula da UE em dezembro de 1999, na Finlândia, decidiu ampliar de 15 para 27 o número de membros. A Turquia recebeu status de candidato à UE.
A UE também decide criar até 2003 uma força de paz de 60 mil homens para intervir em conflitos no continente. Implantação do euro - Onze países participam do lançamento da nova moeda em 1.o de janeiro de 1999: Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Finlândia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos) e Portugal. Inicialmente, o euro será usado apenas em transações bancárias. Em 2002, as notas começarão a circular na Europa com poder legal para efetuar quaisquer pagamentos, e as moedas nacionais serão extintas. Com o euro, uma moeda européia forte lastreada em economias poderosas passa a competir com o dólar norte-americano no mercado internacional.
Porém, o elevado desemprego na Europa, a desaceleração econômica da Alemanha, a guerra em Kosovo e o aquecimento da economia norte-americana fazem o euro despencar, de janeiro a junho, quase 12% em relação ao dólar. Em meados de junho, a moeda se recupera. Fora do euro - Reino Unido, Suécia e Dinamarca não aderem a essa primeira fase do euro, apesar de terem cumprido as exigências, por temer as conseqüências da perda de soberania que representa o fim da emissão de sua moeda própria. A Dinamarca fará um referendo em setembro de 2000 para decidir o ingresso e o governo britânico promete realizar consulta popular após as eleições parlamentares de 2001, após avaliar se as condições econômicas são adequadas.
A Grécia não preenche as condições exigidas até março de 1998, mas em 2000 é acertada sua adesão em 2001. A UE negocia com outros 11 países protocolos de adesão ao bloco. Polônia, Hungria, Eslovênia, Estônia e Chipre podem ser admitidos a partir de janeiro de 2003, pois a situação de suas economias é considerada satisfatória. A República Tcheca, que anteriormente fazia parte dessa lista, deve antes melhorar a convivência com os ciganos: em 1999, uma cidade tcheca construiu um muro para mantê-los a distância, fato considerado inadmissível pela UE. Em 2000 iniciam-se as negociações com Letônia, Lituânia, Eslováquia, Bulgária, Romênia e Malta. A Turquia, que em 1997 teve seu pedido de entrada recusado por desrespeito aos direitos humanos e à Democracia, é aceita como país candidato Sanções à Áustria - Em fevereiro de 2000, a Comissão Européia impõe sanções diplomáticas à Áustria em resposta ao ingresso do Partido da Liberdade (FPO), de extrema direita, na coalizão de governo. Na prática, as medidas visam ao isolamento político do país enquanto o FPO estiver no poder.
Há o temor de que a Áustria - que, como os demais membros da UE tem poder de veto - possa obstruir decisões importantes, como, por exemplo, a expansão para o Leste Europeu. O FPO tem-se oposto à ampliação da UE, por temer o aumento da Imigração. Durante reunião de cúpula, em março, o bloco firma um acordo de livre comércio com o México, o mais amplo assinado com um país fora da UE. Em junho, o Banco Central Europeu (BCE) prevê crescimento de 3% na economia na zona do euro em 2001 e eleva as taxas de juros para deter a queda da moeda única, que caiu mais 6% no primeiro semestre diante do dólar. Membros - Alemanha, Áustria, Bélgica, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda (Países Baixos), Portugal, Reino Unido e Suécia.
Nafta O Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) é um instrumento de integração entre a economia dos EUA, do Canadá e do México. O primeiro passo para a criação do bloco é o tratado de livre comércio assinado por norte-americanos e canadenses em 1988, ao qual os mexicanos aderem em 1993. Nesse mesmo ano, a ratificação do Nafta vem para consolidar o intenso comércio regional já existente na América do Norte e para enfrentar a concorrência representada pela União Européia. Entra em vigor em janeiro de 1994, estabelecendo o prazo de 15 anos para a total eliminação das barreiras alfandegárias entre os três países. Seu mais importante resultado até hoje é a ajuda financeira prestada pelos EUA ao México durante a crise cambial de 1994, que teve grave repercussão na economia global. Apesar de a iniciativa não fazer parte do acordo, a integração das economias tornou necessário o socorro.
O Chile é convidado a participar do Nafta em dezembro de 1994, mas a resistência do Congresso norte-americano ao tratado dificulta os entendimentos com os EUA. Em 1997, a negociação para sua adesão avança com a aprovação pelo Senado chileno do acordo de livre comércio entre Chile e Canadá, com vigência imediata. O comércio entre os países do Nafta totaliza US$ 477 bilhões em 1997, 13% a mais que em 1996. Entretanto, a falta de infra-estrutura adequada para o transporte de produtos (como o número insuficiente de pontes, ferrovias e portos nas fronteiras entre os países) provoca prejuízos e gastos adicionais de até US$ 2,5 bilhões por ano. Crescimento do México - O Nafta, e os investimentos americanos após a crise cambial de 1994, contribuem para a expansão econômica do México, que aumenta suas exportações de US$ 80 bilhões em 1995 para US$ 150 bilhões em 2000. O desemprego cai de 5,5% para 2,1%, segundo dados do governo. Em março de 2000, o México firma um acordo de livre comércio com a União Européia, o primeiro da UE com um país latino-americano.
As tarifas sobre produtos industriais serão liberadas num Período de até 7 anos e as agrícolas, de 10 anos. Membros - Canadá, EUA e México. Mercosul Criado em 1991, o Mercado Comum do Sul (Mercosul) é composto de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, nações sul-americanas que adotam políticas de integração econômica e aduaneira. A origem do Mercosul está nos acordos comerciais entre Brasil e Argentina elaborados em meados dos anos 80. No início da década de 90, o ingresso do Paraguai e do Uruguai torna a proposta de integração mais abrangente. Em 1995 instala-se uma zona de livre comércio. Cerca de 90% das mercadorias fabricadas nos países-membros podem ser comercializadas internamente sem tarifas de importação. Alguns setores, porém, mantêm barreiras tarifárias temporárias, que deverão ser reduzidas gradualmente. Além da extinção de tarifas internas, o bloco estipula a união aduaneira, com a padronização das tarifas externas para diversos itens.
O Mercosul tem 215,9 milhões de habitantes e um PIB de 1,1 trilhão de dólares. Chile e Bolívia são membros associados e assinam tratados para a formação da zona de livre comércio. Em julho de 2000, o Chile anuncia que pedirá o ingresso no bloco em dezembro. O maior entrave é o fato de a média das tarifas de importação chilenas ser de 9%, com planos de redução para 6% em 2003, enquanto a do Mercosul é de 15%. A Bolívia continua negociando sua adesão. Argentina x Brasil - O bloco enfrenta dificuldades com o conflito de interesses de Brasil e Argentina. Um dos principais pontos de atrito é o regime automotivo comum (as vendas de carros e autopeças representam mais de 30% do comércio do Mercosul). Em dezembro de 1998 é assinada uma ata para criar um sistema de transição até 2004, renegociada em 2000.
Outra fonte permanente de divergência é o açúcar: a Argentina mantém seus produtores protegidos da concorrência com os brasileiros depois de 2000, quando deveriam ser abolidas todas as tarifas de importação. Para o governo argentino, o Brasil concede subsídios que tornam o produto nacional artificialmente mais competitivo. Os conflitos dos países vizinhos agravam-se em janeiro de 1999, quando o real é desvalorizado, o que provoca temores de uma invasão de produtos brasileiros na Argentina. Em junho, Argentina e Brasil anunciam planos de integração de políticas macroeconômicas dos membros do bloco. Entre as metas estão a uniformização das taxas de juros, do déficit público e dos níveis de inflação e a adoção de uma moeda única.
No mês seguinte, a Argentina estabelece salvaguardas aos tecidos de lã e de algodão brasileiros e cria uma resolução que permite medidas de proteção contra seus parceiros comerciais. O Brasil contesta e a Argentina leva a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC), que julga pertinente a reclamação brasileira. No mês seguinte, a Argentina passa a exigir selo de qualidade para a entrada de calçados brasileiros no país. Em setembro, os produtores de sapatos das duas nações concordam em estabelecer limites para a venda brasileira em 1999 e 2000. A eleição de Fernando de la Rúa, da União Cívica Radical, à Presidência da Argentina em outubro traz boas perspectivas para o Mercosul, pois seu partido é, historicamente, comprometido com a continuidade do bloco. Em abril de 2000, Mercosul e União Européia criam grupos de trabalho que negociarão uma aproximação entre os dois blocos, visando à criação de uma zona de livre comércio. Relançamento do bloco - Numa tentativa de superar todos os conflitos, é realizada em junho de 2000, em Buenos Aires, uma cúpula para o "relançamento" do Mercosul. Argentina e Brasil assinam um novo acordo automotivo que terá duração até 2005. Ficam estabelecidos uma tarifa externa comum de 35%, alíquotas progressivas para a importação de autopeças e porcentual mínimo de 60% das peças fabricado em países do bloco. Uruguai e Paraguai não aderem ao regime automotivo.
A cúpula define as metas de criar um mecanismo mais eficaz de solução de controvérsias e de estabelecer acordos de livre comércio com o México e a África do Sul. No mês seguinte, porém, o setor calçadista brasileiro queixa-se de que a Argentina está exigindo licenças prévias de importação para produtos brasileiros, descumprindo decisão do Tribunal Arbitral do Mercosul. Além disso, o governo argentino, após acusar os produtores brasileiros de frango de praticar dumping, impõe preços mínimos para a entrada do produto no país. O governo brasileiro ameaça recorrer à OMC. Pacto Andino Bloco econômico instituído em 1969 pelo Acordo de Cartagena - seu nome oficial - com o objetivo de aumentar a integração comercial, política e econômica entre os países-membros.
Também é conhecido como Grupo ou Comunidade Andina. Em 1991, a Declaração de Caracas estabelece uma zona andina de livre comércio, que começa a vigorar em janeiro de 1992. As tentativas de determinar uma tarifa externa comum, no entanto, vêm fracassando. Apesar de o comércio na região ter aumentado desde o acordo, os EUA continuam a ser o principal parceiro da maioria dos signatários. Como reação ao movimento para a criação da Alca, o Mercosul inicia uma aproximação estratégica com o bloco andino. As negociações, porém, não evoluem, em virtude das barreiras tarifárias do grupo andino, principalmente no setor agrícola. Como alternativa, os países-membros continuam assinando acordos em separado com os parceiros sul-americanos. Em 1997, segundo a secretaria geral do Pacto Andino, o valor das transações comerciais entre os países-membros atinge US$ 5,5 bilhões, registrando um crescimento de 19,2% em relação a 1996.
A organização estima que em 1998 esse valor chegue a US$ 6,3 bilhões. Em 1999, o bloco firma um acordo de tarifas preferenciais com o Brasil, com prazo inicial de dois anos, que estabelece tratamento especial para uma ampla variedade de produtos e em julho de 2000 assina um trato similar com a Argentina. O Pacto Andino mantém conversações com o Mercosul com a finalidade de estabelecer uma zona de livre comércio entre seus membros em 2002. Membros - Bolívia, Colômbia, Equador e Peru (1969); Venezuela (1973). O Chile sai em 1976. O Panamá participa como observador. Caricom O Mercado Comum e Comunidade do Caribe (Caricom) é um bloco de cooperação econômica e política formado por 14 países e três territórios da região. Estabelecido em 1973 pelo Tratado de Chaguaramas (Trinidad e Tobago) e com sede em Georgetown (Guiana), o Caricom veio substituir o Carifta (Associação de Livre Comércio do Caribe), que existia desde 1965.
Além de incentivar a cooperação econômica entre os membros, a organização participa da coordenação da política externa e desenvolve projetos comuns nas áreas de saúde, educação e comunicação. Representa 0,25 % do PIB total dos blocos econômicos que negociam a formação da Alca. Os países do Caricom têm no turismo uma de suas principais fontes de renda, recebendo cerca de 15 milhões de turistas por ano. Desde 1997 defendem o tratamento diferenciado para economias pouco desenvolvidas, incluindo prazos maiores para o cumprimento de futuros acordos de comércio. O bloco marca para 1999 o início do livre comércio entre seus integrantes, mas a decisão não se efetiva. Em maio e em julho de 2000 a República Dominicana e Cuba, respectivamente, firmam acordos de livre comércio com o bloco.
Na cúpula do Caricom, em julho, fica estabelecida a criação de uma Corte Caribenha de Justiça e é marcada para dezembro a finalização da estruturação do livre comércio entre os membros. Membros - Países: Barbados, Guiana, Jamaica, Trinidad e Tobago (1973); Antígua e Barbuda, Belize, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, São Cristóvão e Névis (1974); e Suriname (1995). Bahamas torna-se membro da comunidade em 1983, mas não participa do Mercado Comum. O processo de adesão do Haiti, iniciado em 1997, é concluído em julho de 1999. Territórios: Montserrat, (1974), ilhas Virgens Britânicas, ilhas Turks e Caicos (1991); Anguilla (1999). CEI A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é um bloco criado em 1991 que integra 12 das 15 Repúblicas que formavam a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Ficam de fora apenas os três Estados bálticos: Estônia, Letônia e Lituânia. Sediada em Minsk, capital de Belarus, organiza-se em uma confederação de Estados, preservando a soberania de cada um.
Sua estrutura abriga dois conselhos: um formado pelos chefes de Estado, que se reúnem duas vezes ao ano, e outro pelos chefes de governo, que se encontram de três em três meses. A perda de poder econômico da Federação Russa enfraquece seu domínio, mas seu poderio bélico ainda é uma importante forma de controle sobre a CEI. Integração - No ato de criação, a comunidade prevê a centralização das Forças Armadas e o uso de uma moeda comum: o rublo. Na prática, porém, as ex-Repúblicas não chegam a um consenso de integração político-econômica. Somente em 1997 todos os membros, exceto a Geórgia, assinam um acordo para estabelecer uma união alfandegária e dobrar o comércio interno até o ano 2000. Os desentendimentos são constantes na CEI em decorrência dos protestos da maioria dos países contra o domínio da Federação Russa. Os russos são acusados de falhar na resolução dos problemas da comunidade e de não implementar os acordos firmados, impedindo o desenvolvimento da região.
No entanto, a Federação Russa tem aprofundado o processo de integração com Belarus: em 1996, os dois países assinam um tratado de cooperação e, no ano seguinte, estabelecem a adoção de uma política externa, econômica e militar unificada e de um sistema legal comum. Em dezembro de 1999, firmam um tratado de união, mas não definem a data para sua consolidação. Membros - Armênia, Belarus, Cazaquistão, Federação Russa, Moldávia, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Ucrânia, Uzbequistão (1991); Geórgia, Azerbaidjão (1993). SADC A Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC) é estabelecida em 1992 com o objetivo de incentivar as relações comerciais entre seus 14 países-membros, visando criar um mercado comum e também promover esforços para estabelecer a paz e a segurança na conturbada região.
Há planos de adotar uma moeda comum no ano 2000. O bloco origina-se da Conferência de Coordenação do Desenvolvimento do Sul da África (SADCC), criada em 1979 para lutar contra a dependência econômica da região em relação à África do Sul. Com o fim do regime de segregação racial nesse país, a organização muda a linha de atuação, partindo para a cooperação com o ex-inimigo. A África do Sul adere ao bloco em 1994. Mas a desigualdade entre sua economia e a de seus parceiros continua enorme: o PIB sul-africano é quase o triplo do total do PIB dos outros países. Ajuda externa - A SADC tem uma estrutura burocrática propositadamente pequena para evitar morosidade. Cada país é responsável por determinada área de cooperação. Por exemplo, Angola cuida da energia; Lesoto, da conservação do solo e da água etc. As principais decisões são tomadas em um encontro anual dos chefes de Estado ou de governo.
Ministros reúnem-se duas vezes por ano, além de haver reuniões especiais sobre políticas de setores específicos e um encontro anual com os "parceiros internacionais de cooperação", ou seja, os governos que fazem doações e as agências internacionais que auxiliam a região. Em 1997, a SADC cria um Fórum Parlamentar, com sede na Namíbia, para promover a Democracia, a defesa dos direitos humanos e melhorias na administração pública dos países. Em janeiro de 2000, uma cúpula da organização em Moçambique, convocada para analisar o conflito na RDC, pede ao Conselho de Segurança da ONU que envie com urgência uma força de paz à região. Membros - Angola, África do Sul, Botsuana, Lesoto, Malauí, Maurício, Moçambique, Namíbia, República Democrática do Congo (RDC, ex-Zaire), Seicheles, Suazilândia, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue.
Asean A Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean) surge em 1967, na Tailândia, com o objetivo de assegurar a estabilidade política e de acelerar o processo de desenvolvimento da região. Hoje o bloco representa um mercado de 517,6 milhões de pessoas e um PIB de US$ 463,6 bilhões. Em 1992 é assinado um acordo para eliminar as barreiras econômicas e alfandegárias entre os países, que entrará em vigor no ano 2002. Com sede em Jacarta (Indonésia), a Asean desenvolve programas de cooperação nas áreas de transporte, comunicação, segurança, relações externas, indústria, finanças, agricultura, energia, transporte, tecnologia, educação, turismo e cultura.
A partir do segundo semestre de 1997, os membros da Asean são seriamente afetados pela crise asiática. As dificuldades econômicas aumentam a cooperação entre eles, que estabelecem um fundo que prevê a assistência financeira emergencial aos parceiros do bloco e o desenvolvimento de programas de reforma estrutural. A Asean também passa a aceitar a ajuda dos EUA, do Japão e da União Européia, após um Período de recusa a qualquer interferência estrangeira. Em 1999, o Camboja é admitido como membro. No foro anual da Asean sobre segurança na Ásia-Pacífico, realizado em julho de 2000, a Coréia do Norte e Timor Leste participam pela primeira vez como convidados.
A Coréia do Norte passa a integrar o foro, que reúne 33 países do Sudeste da Ásia e outras nações interessadas na estabilidade da região. A próxima cúpula da organização será em 2001 no Brunei. Membros - Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura, Tailândia (1967); Brunei (1984); Vietnã (1995); Mianmar e Laos (1997); Camboja (1999). Apec A Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) é um bloco econômico formado para promover a abertura de mercados entre 20 países, mais Hong Kong (China), que respondem por cerca de metade do PIB e 40% do comércio mundial. Oficializada em 1993, na Conferência de Seattle (EUA), e com sede em Cingapura, a Apec já existia desde 1989 como fórum de conversações informais entre seis países-membros da Asean e seis parceiros econômicos da região do Pacífico, entre eles o Japão e os EUA. O plano de ação para a abertura econômica é iniciado em 1997, mas a eliminação de barreiras comerciais deve ocorrer gradualmente.
A Apec pretende estabelecer o livre comércio entre todos os países do grupo até 2020. Sua quinta reunião anual, realizada em Vancouver (Canadá) em novembro de 1997, é dominada pela preocupação com a crise financeira da Ásia, que começa em julho desse ano e ameaça desacelerar o crescimento econômico mundial. O bloco adota duas medidas para restaurar a saúde financeira das maiores economias da Ásia, da Coréia do Sul e do Japão: pede ajuda ao FMI para as nações em dificuldade e estimula os próprios países da região a conceder financiamento adicional para mostrar confiança nas economias fragilizadas. Em 1998, ingressam na organização o Peru, a Federação Russa e o Vietnã e o bloco decide que não serão aceitas novas adesões antes de 2008. Na sétima cúpula, em setembro de 1999, na Nova Zelândia, a Apec decide apoiar o lançamento de uma nova rodada de negociações multilaterais sob os auspícios da OMC.
Membros - Austrália, Brunei, Canadá, Indonésia, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Filipinas, Cingapura, Coréia do Sul, Tailândia, EUA (1989); China, Hong Kong (China), Taiwan (Formosa) (1991); México, Papua Nova Guiné (1993); e Chile (1994); Peru, Federação Russa, Vietnã (1998). Alca A Carta de intenções para criação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca) é assinada em 1994 pelos 34 países americanos (exceto Cuba). O objetivo é eliminar as barreiras alfandegárias na região, o que poderá transformar a Alca num dos maiores blocos comerciais do mundo. Em abril será realizada na Argentina uma Conferência Ministerial que dará início à elaboração do texto final do acordo.
O prazo mínimo definido em 1994 para a formação do bloco era de sete anos, mas a meta foi adiada para 2005. Com um PIB total de US$ 10,8 trilhões (US$ 2,5 trilhôes a mais que a União Européia), os países da Alca somam uma população de 823,2 milhões de habitantes, o dobro da registrada na UE. Implementação - O grande patrocinador da abertura dos mercados da região é o governo dos EUA. Oferecendo produtos e serviços mais competitivos, as empresas norte-americanas consideram-se preparadas para a queda das barreiras alfandegárias na região, o que leva os EUA a propor a implementação imediata de acordos parciais, com abertura total do mercado em 2005. Já o Brasil e seus parceiros do Mercosul prevêem grande dificuldade na adaptação de suas economias e preferem dar início ao processo da Alca em 2005.
Enquanto os EUA pressionam por acordos parciais, prevalece a posição do Mercosul em defesa do single undertaking, assinatura simultânea de um acordo geral, sem que nada entre em vigor até o fechamento de todas as negociações. Para participar da Alca, as nações da América Latina e do Caribe necessitarão de vultosas obras de infra-estrutura. Estima-se, no conjunto, investimentos da ordem de US$ 65 bilhões por ano na modernização de setores vitais, como transportes, telecomunicações, água e energia. Fast track - Durante a Segunda Cúpula das Américas, em Santiago (Chile), em abril de 1998, são fechados acordos que envolvem educação e direitos humanos. Não há grande avanço sobre a implantação da Alca porque o presidente norte-americano, Bill Clinton, não havia conseguido aprovar em seu país o fast track (via rápida), em 1997.
Esse mecanismo permitiria ao Executivo negociar acordos comerciais sem emendas do Congresso e é criticado nos EUA por sindicatos e congressistas. Sem a garantia de que os acordos comerciais não serão modificados pelos parlamentares norte-americanos, os demais países do bloco resistem à sua implantação. Em setembro de 1998, Clinton reapresenta o projeto na Câmara, e o fast track é rejeitado por 243 votos a 180. A Cúpula homologa a estrutura de preparação da Alca: é estabelecida uma Conferência Ministerial, que deve reunir-se a cada 18 meses, e, abaixo dela, um Comitê de Negociações Comerciais (CNC) que encaminhará as transações técnicas e coordenará nove grupos temáticos de negociação.
A presidência do CNC será ocupada periodicamente por diferentes países. Na próxima Conferência Ministerial, em abril, os negociadores de cada nação entregarão um esboço de um acordo comercial que servirá de base para a elaboração do texto final, cuja assinatura pelos líderes dos 34 membros está prevista para 2005. O chanceler do Brasil, Luiz Felipe Lampreia, mantém-se cético quanto a essa conferência porque o Itamaraty prefere fortalecer primeiro o Mercosul e considera ser impossível negociar reduções tarifárias enquanto os EUA não aprovarem o fast track.
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