O que são células-tronco?
Com a evolução da terapia celular, as células-tronco são um dos principais focos da pesquisa científica no mundo, com a promessa de entregar terapias para doenças que são hoje incuráveis. Como foi citado por Drauzio Varella, elas “vão representar o que os antibióticos representaram no século passado”. Por isso é importante para a mamãe entender o que são as célula-tronco, como funcionam e as doenças que podem ser curadas com a terapia celular.
Células-tronco
O nome células-tronco foi originado da tradução do inglês para “stem-cell”. “Stem” significa caule, haste. O verbo “to stem” por sua vez, significa originar. As células-tronco têm essa denominação por terem a capacidade de regenerar células do sangue e de diversos tipos de tecidos que compõem o corpo humano. Por exemplo: células da pele só podem constituir a pele mas, as células-tronco podem constituir diferentes tecidos no organismo.
Essa versatilidade as tornou o principal tratamento para doenças graves como leucemias e doenças hematológicas e na grande promessa para o tratamento de inúmeras outras como problemas cardíacos, câncer, doenças auto-imunes, disfunções neurológicas, distúrbios hepáticos e renais, traumas na medula espinhal, entre outras.
Os estudos atuais apontam que elas podem ser encontradas em embriões recém-fecundados (células-tronco embrionárias), nas células sangüíneas do cordão umbilical e em células maduras de tecido adulto (células-tronco adultas). Para realizar o procedimento de coleta e armazenamento dessas células surgiram empresas especializadas, chamadas de Bancos de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário para uso autólogo, ou apenas bancos privados, que coletam as células sangüíneas do cordão umbilical do bebê no momento do nascimento e as armazenam na temperatura correta em laboratórios especiais.
Para Alexandra Vieira, pesquisadora da Fundação Zerbini/INCOR, é importante o planejamento dos pais para armazenar o sangue do cordão umbilical da criança na hora do parto pois, “se houver necessidade do transplante, essas células do cordão ficam imediatamente disponíveis e não há necessidade de localizar o doador compatível e submetê-lo à retirada da medula óssea”.
Células-tronco embrionárias e adultas
As células coletadas do sangue do cordão umbilical e da placenta são chamadas de células-tronco adultas e não embrionárias, como a maioria confunde. Para entendimento as células-tronco embrionárias só são encontradas nos embriões nos dias imediatamente posteriores à sua concepção, quando as células são ainda indiferenciadas entre si, envoltas por uma membrana que formará a placenta. Só a partir de uma semana de vida, mais ou menos, é que essas células embrionárias começam a se diferenciar transformando-se em células sangüíneas, cardíacas, cerebrais, musculares e assim por diante. A metamorfose é que permite que um embrião se transforme num feto e, finalmente, numa criança.
As pesquisas, ainda em andamento, indicam que as células embrionárias seriam capazes de diferenciar-se em quase todos os tecidos humanos. Mas, no Brasil, a Lei de Biosegurança - que gera muitas polêmicas - só permite que sejam usadas para fins científicos e após estarem armazenadas por mais de 3 anos, com o consentimento dos pais.
Células-tronco do sangue do cordão umbilical
O cordão umbilical do bebê, que normalmente é descartado após seu nascimento, é extremamente valioso por ser rico em células-tronco. Essas células são mais jovens que as da medula óssea e ainda não foram expostas a fatores ambientais – efeitos do tempo e da exposição a vírus, bactérias e ao meio ambiente – que poderiam comprometer sua viabilidade e capacidade de regeneração. Essas condições lhes garantem um poder maior de se diferenciarem e reconstruírem um tecido afetado.
Justamente por isso que os serviços de coleta e armazenamento são oferecidos e uma grande parte dos pais está optando por guardar as células-tronco do cordão de seus bebês. Assim, quando sua utilização é necessária, elas estarão imediatamente disponíveis, sem o drama das longas e muitas vezes infrutíferas buscas por um doador compatível, sem falar da enorme possibilidade de rejeição.
A coleta do sangue de cordão umbilical é rápida, fácil e indolor quando comparada à coleta da medula óssea, cujo doador após ser localizado, precisa ainda concordar em se submeter à anestesia geral e múltiplas punções da crista ilíaca (bacia).
Doenças
Atualmente podem ser tratadas cerca de 45 tipos de doenças através do uso de células de cordão umbilical. Entre as doenças tratadas estão alguns tipos de leucemias, anemias e imunodeficiências. Fora isso, há estudos para o tratamento de esclerose múltipla, Mal de Parkinson, reumatismo, diabetes, entre muitas outras.
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